Professora, pesquisadora, estudante, mulher, mãe e as muitas qualidades que formaram a nova reitora interina da Universidade Católica de Brasília.
Determinação, sabedoria e compaixão. Se Adriana Pelizzari pudesse ser resumida em poucos adjetivos, seriam essas as palavras. A professora assumiu, interinamente, o cargo máximo de uma das melhores universidade do mundo¹* e uma das dez melhores instituições particulares do Brasil ²*. Mas a trajetória profissional da Reitora interina da Universidade Católica de Brasília começou há 32 anos, como professora alfabetizadora.
Adriana é doutoranda em Biotecnologia pela Universidade Positivo, Mestre em Mídia e Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina, com especialização em Gestão e Inovação no Ensino à Distância e em Processos Pedagógicos, e graduada em Educação Artística. Mas é a essência daquela professora da alfabetização de Campo Largo, município da região metropolitana de Curitiba, no Paraná, que ainda a pauta todos os dias. Ao falar sobre o que a encanta na educação, a resposta é clara: transformar pessoas. “O que mais vale a pena na educação é você saber que está transformando vidas, para que elas sejam melhores profissionalmente e como pessoas”, diz ela.
Há dois anos como Pró-reitora Acadêmica, Adriana recebeu a missão, no final de 2022, de também assumir, interinamente, a reitoria. “Quando eu cheguei, vi aqui um celeiro de oportunidades para desenvolver projetos, para formar pessoas, para propor inovações. E eu venho conseguindo isso, juntamente com uma equipe de muita qualidade (…) Agora a responsabilidade é maior ainda, porque eu chego em um momento de transição, de processo seletivo, onde temos metas e objetivos e eu tenho que fazer com que a equipe esteja ainda mais motivada”, afirma.
“Vejo, talvez, como desafio maior da minha vida profissional até agora”
Orgulhosa do trabalho e da instituição, a paranaense está animada com os próximos passos. Segundo ela, o objetivo é fazer com o que a Universidade apareça muito mais e que seja reconhecida pelas muitas pesquisas, professores qualificados, espaços físicos e os talentosos alunos.
Entre os destaques no trabalho na gestão da reitora interina, estão previstos: tecnologia educacional para buscar soluções e agregar valor para a prática do professor, formação continuada, espaços físicos com maior qualidade, laboratórios em conceito aberto, disciplinas comuns entre os cursos e trabalhar, cada vez mais, os projetos de extensão.
Reconhecida pela gestão participativa, Adriana sempre cita a equipe e os educadores de todos os setores. “A gente não faz nada sozinho. Se a gente não ouve as pessoas que trabalham com a gente, nada serve. Eu parto da premissa que o líder está para servir, nao está para atrapalhar ou ditar regras. Eu tenho que estar à disposição da equipe para que ela possa trabalhar”, afirma ela.
Adriana ressalta dois importantes pilares na UCB, o ensino à distância e a pesquisa. “A educação à distância é o futuro e nosso sistema acadêmico EAD já é de extrema qualidade. Temos aulas sincronas, interação, excelente material didático, seriedade nas avaliações e buscamos, agora, usar metodologias diferenciadas”. Sobre a pesquisa, referência na universidade, a reitora interina diz que tem a missão dar suporte e fomentar ainda mais a pesquisa. “Pois temos pesquisadores internacionais e professores que são talentos nas áreas de tecologia, educação, esporte, entre outras”, diz ela
Primeira mulher não-religiosa a assumir a reitoria interinamente
Pelizzari é a primeira mulher leiga (não religiosa) a assumir a reitoria, de maneira interina, da Católica de Brasília. Antes dela, em 2006, esteve à frente do cargo de Reitora, a Professora e Irmã Débora Pinto Niquini, que atuou por mais de 20 anos na UCB. Sobre ser mulher, ela destaca que como todas, é preciso vencer muitos desafios. Mas, ao mesmo tempo, nunca deixou que isso fosse um obstáculo para o crescimento profissional.
E a carreira sempre foi muito importante na vida da professora. “Eu nunca deixei de lado a questão do trabalho. E acho que nenhuma mulher pode deixar. A gente é mãe, mas a gente também é profissional”, afirma.
Mas Adriana relata que isso não significa que tenha sido fácil. Na época em que o primeiro filho era pequeno e, muitas vezes, ela se sentia culpada. “Eu tinha compromissos e também queria crescer profissionalmente. E eu queria passar para ele que nada cai do céu. E, com o tempo, ele foi percebendo isso. Hoje, ele tem muito orgulho de onde eu cheguei”, destaca.
Na segunda experiência na maternidade, mais madura, ela também contou com uma rede de apoio e nunca parou a trajetória profissional.
Para as mulheres que querem chegar à posições de liderança, Adriana aconselha: “Tenha foco, competência, saiba onde você quer chegar, não veja empecilhos, veja desafios… Nós temos que nos valorizar enquanto mulher, nós temos espaço e esse olhar feminino na gestão é importante”.