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Nesta quarta-feira (20) a professora Marília Morosini, da PUC Rio Grande do Sul, ministrou uma palestra com o tema “internacionalização do ensino superior em vista da cidadania global”. A professora trouxe a provocação sobre o significado de internacionalização acadêmica, muitas vezes resumida erroneamente aos intercâmbios de estudantes. Para ela, o conceito é mais amplo e precisa estar ligado à construção da cidadania global.
Dados apresentados pela palestrante indicam que o percentual de estudantes que conseguem cursar parte da graduação em outros países é muito baixo. Em um universo de quase 9 milhões de universitários, apenas 4% fazem intercâmbio no exterior.
Para atender aos 96% restantes, a professora defende que sejam adotadas outras formas, como a internacionalização do currículo e contato a distância com estudantes e pesquisadores estrangeiros. “Hoje todo mundo tem um telefoninho. Esse telefoninho abre as portas do mundo”, disse ela aos estudantes. “Se eu tenho uma boa internet, eu estou muito mais adiantada, a geração de vocês está muito mais adiantada do que o próprio professor de vocês, provavelmente”.
Morosoni defendeu também a ideia de que os professores precisam apresentar aos alunos a realidade de cada área de formação em universidades fora do Brasil, para que se tenha uma visão holística da área. A presença de professores estrangeiros contribui para esse processo porque “o transitar desses professores abre o pensamento quando ele explica a sua cultura”, ensina a professora.
Independentemente da forma de internacionalização, dois elementos são primordiais: o multilinguismo e o multiculturalismo. A palestrante considera que estudantes e professores precisam ampliar o repertório linguístico, com o aprendizado de mais de um idioma estrangeiro. Além do inglês, que é uma língua universal, é preciso pensar em outros idiomas. Isso abre caminho para a conexão com diferentes culturas ao redor do mundo, possibilitando que a pessoa se torne cidadã global.
O coordenador de internacionalização da Católica, Prof. Ir. Lúcio Gomes Dantas, conta que a universidade tem um plano de internacionalização com ações previstas até 2027. O plano inclui “projetos em parcerias com grandes instituições estrangeiras, mobilidade de estudantes com universidades pelo mundo afora, a adoção de um currículo que garanta competências e habilidades que podem ser desenvolvidas dentro dos cursos”, explica.
Entre as parcerias mais recentes, está o convênio com a Universidade de Medicina de Göttingen (UMG), na Alemanha. A iniciativa permitirá que estudantes de Enfermagem da Católica façam uma residência de seis meses no hospital-escola da instituição alemã. Alterações no currículo permitirão que o diploma seja válido nos dois países, abrindo oportunidade de emprego na Alemanha. Outros cursos terão programas semelhantes no futuro. Está em andamento um estudo para integrar o curso de Relações Internacionais com universidades dos Estados Unidos e da Suíça.
O corpo docente da UCB é outro destaque. Professores e pesquisadores de sete nacionalidades, da América Latina e Europa, trabalham na universidade e compartilham suas experiências com estudantes de diversos cursos, da graduação ao doutorado.