O Núcleo de Inclusão da Universidade Católica de Brasília (UCB) garante ensino adaptado com uso da tecnologia a pessoas com deficiência
Por: Victor Rogério e Mariana Arruda
Revisada por: Marina Santos
Com objetivo de promover maior acessibilidade aos estudantes, a UCB tem investido no Núcleo de Inclusão e Orientação Psicopedagógica (NIOP). O setor é responsável por desenvolver estratégias educacionais para apoiar alunos com deficiência. Atualmente, o projeto auxilia cerca de 300 estudantes, dos quais os principais favorecidos são cegos e surdos.
Na busca por acessibilidade, a tecnologia é uma aliada importante. Em entrevista, a orientadora psicopedagógica do NIOP, Talitha Monique, comentou sobre os recursos tecnológicos utilizados pelo Núcleo. Entre eles, destaca-se uma impressora em braille, que possibilita às pessoas cegas compreenderem textos. A Universidade ainda distribui mapas em braille pelo campus, para facilitar a locomoção de deficientes visuais. Segundo Talitha, uma máquina de escrever em braille também está em processo de compra.
De acordo com a psicopedagoga, o NIOP também fornece uma estrutura de acolhimento aos estudantes e ressalta a importância da colaboração entre o corpo docente para acolher os universitários. “Acolhemos esse aluno em um local separado, tranquilidade para fazer provas. O NIOP é esse local de amparo. Nós intermediamos com os coordenadores de cursos e os professores”, conta.
Os alunos são apoiados do início ao fim da faculdade. Oficinas e rodas de debate são realizadas semanalmente. “Na hora da matrícula, o estudante é conscientizado sobre a função do NIOP. O nosso papel acontece desde a hora em que o aluno pisa na universidade, quando o NIOP está incluído na matrícula e no acolhimento de calorias. Enquanto ele estiver aqui, o NIOP faz parte da vida dele”, afirma.
Antes conhecido como Serviço de Orientação e Inclusão (SOI), o NIOP foi formalmente criado em 2022. A equipe, que recebe treinamento durante semanas pedagógicas, é formada por professores, psicólogos e psicopedagogos. Apesar da ênfase em deficiências visuais, o projeto também abrigou estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e paralisia cerebral. Para os que sofrem de dificuldades auditivas, o NIOP garante acompanhamento diário por intérpretes.
“Hoje somos uma das Universidades da América Latina que tem o maior número de estudantes incluídos. É muito importante termos essa participação ativa de acolhimento e treinamento para os nossos alunos, para que eles possam fluir 100% na vida acadêmica”, conclui Talitha Monique.