//
O evento foi organizado por estudantes do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCB e teve como objetivo ajudar a identificar estudantes em conflito
“É importante levar o debate sobre suicídio e automutilação a estudantes, pois muitos jovens estão em situação de conflito e provavelmente o pai, a mãe e os amigos não sabem e só descobrirão quando for tarde demais”. Com esse relato, o prof. Elias Lacerda iniciou os debates do 2º Seminário de Prevenção ao Suicídio e Automutilação na Escola, que aconteceu nesta quinta-feira, 4 de julho, no Teatro Católica.
O seminário foi organizado por estudantes do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação da Universidade Católica de Brasília (UCB), tendo como base o Manual de Prevenção do Suicídio para Professores e Educadores da Organização Mundial de Saúde (OMS) e a cartilha “Falando sobre Vida Prevenção ao Suicídio”, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
A programação contou com a defesa da dissertação “Possibilidades de Superação ao Suicídio entre Estudantes do Ensino Fundamental”, escrita pelo professor Elias Lacerda; depoimentos de estudantes que desenvolvem trabalhos de conscientização das doenças nas escolas públicas onde estudam e o momento cultural promovido pelo Grupo Teatral GEDS (Grupo de Enfrentamento à Depressão e ao Suicídio), com o Jogral – Mesmo Quando Dói.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde (MS) mostram que o índice de suicídios cresceu entre 2011 e 2015 no Brasil. Segundo o Ministério, essa é a quarta maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. Em 2011, foram 10.490 mortes: 5,3 a cada 100 mil habitantes. Já em 2015 o número chegou a 11.736: 5,7 a cada 100 mil, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
Um problema subestimado, fatores de proteção, como se deve manejar os estudantes sob risco de suicídio, fatores e situações de risco, quadro de sofrimento mental de pós-graduandos, o papel do pedagogo orientador educacional, valorização da vida, diálogo, sentido da vida e relatos de vida foram temas abordados no seminário.
Recentemente, foi aprovado o Projeto de Lei que obriga hospitais, clínicas, postos de saúde e escolas a notificarem as autoridades sanitárias as tentativas de suicídio e os casos de automutilação. Os episódios envolvendo crianças e adolescentes menores de idade também devem ser comunicados ao Conselho Tutelar. Entre os objetivos da Política Nacional, estão: a promoção da saúde mental, a prevenção da violência autoprovocada, a garantia do acesso à atenção psicossocial às pessoas em sofrimento emocional, em especial para aquelas com histórico de comportamento suicida, assim como para os familiares. O projeto ainda prevê a capacitação constante de profissionais e gestores de saúde para lidar com o assunto e a disponibilização de informações para a sociedade sobre o problema de saúde pública.