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Buracos nas vias, quedas de árvores, alagamento nas tesourinhas e em setores sem escoamento de água, barro excessivo, destelhamento, infiltração nas casas e até possíveis desmoronamentos. A preocupação dos moradores e do Governo do DF com esses problemas foi desenterrada no último dia dois de outubro, quando o Instituto de Meteorologia (Inmet) registrou as primeiras chuvas, depois de quatro meses de seca.
Estatísticas do Corpo de Bombeiros mostram aumento significativo em ocorrências decorrentes de água excessiva no mês de outubro se comparadas com os dois meses anteriores. Só no último mês, foram nove chamados de inundação contra três de setembro e um de agosto. No mês das crianças foram 12 desabamentos, sendo que no mês antecedente foram somente três. Quanto ao corte de árvores, o aumento foi de 14%. “Esse último registro pode acontecer quando uma árvore é atingida por um raio ou percebe-se que ela pode cair com as tempestades”, explica a bombeira Daniela Gois. Ela também afirma que o número se refere aos chamados para socorro de vítimas e, por isso, casos em que o prejuízo foi só material não estão inclusos.
Para a universitária Thaisa Abreu, 21 anos, morar em Águas Claras tem seus problemas. Recentemente, o pneu do carro furou ao cair em um buraco na Avenida das Castanheiras. “Nesta semana tive que alinhar meu carro, pois desviando das crateras acabo caindo em buracos menores. É muito complicado, porque pagamos impostos e os problemas não são resolvidos. Todo período de chuva a situação se repete”, comenta.
Só que o buraco de problemas é muito maior que as crateras de Águas Claras. Nesse mesmo período, a Defesa Civil fez o alerta para 23 regiões no DF que se encontram em áreas onde há algum tipo de restrição para a construção de casas. “Cerca de 99% das áreas de risco do DF estão localizadas em terrenos irregulares,” afirma o gerente de Planejamento e Minimização de Riscos da Defesa Civil, major Alan Alexandre. Segundo ele, a ocupação sem planejamento é uma das causas da existência de bairros e vilas sem saneamento básico e infraestrutura adequada.
De todas, é possível listar a Vila Madureira, os condomínios Por do Sol e Privê, em Ceilândia. Em Vicente Pires, o bairro São José e as chácaras 148 e 149. No Riacho Fundo I, o Vale da Benção; em Sobradinho, as comunidades Bela Vista e Vila Rabelo II. No Núcleo Bandeirante, a Vila Cauhy. Isso além das cidades inteiras do Itapoã e Varjão.
Em cada uma dessas áreas, há um fator de risco, como terrenos inclinados, proximidade de encostas de morros, lagoas e rios, erosões naturais ou falta de saneamento. “Antes de construir uma casa, o engenheiro deve fazer um estudo de solo para saber se ele suporta o peso da obra pronta”, explica o major.
Para Alan, a Vila Rabelo II em Sobradinho é uma das áreas de maior problema. Isso porque as 134 casas da Vila deverão ser removidas, sendo a prioridade para as situadas na encosta do morro, o que corresponde a 25% do total. “Uma em cada quatro casas estão na beirada.”
A conclusão do relatório: “A fragilidade das residências, combinado com a ausência de infraestrutura urbana de drenagem pluvial, expõe as residências a enxurradas ou inundações podendo provocar o colapso estrutural ou acidentes.” Alan disse também que a área tem a tendência de aumentar, visto que em todas as visitas há o aparecimento de uma construção nova.
A Secretaria de Governo do DF anunciou que vai retirar 37 famílias da encosta do morro da Vila Rabelo II e realocá-las em nova área. Essas famílias serão assistidas pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda.
Dicas:
No período de chuvas, o Corpo de Bombeiros alerta a população para os problemas decorrentes das chuvas. É melhor prevenir!
Em casa
– Verificar as condições das telhas, lajes e coberturas;
– Podar árvores ou arbustos que ficam próximo à residência;
– Desobstruir calhas, ralos, valas, tubos ou tubulações destinadas ao escoamento de águas pluviais;
– Não jogar lixo na rua;
– Verificar a rede elétrica.
No trânsito
– Verificar o estado de conservação de freios, pneus e iluminação do veículo;
– Trocar as palhetas do limpador do pára-brisas;
– Evitar freadas bruscas e ampliar a distância de segurança;
– Usar o cinto de segurança e disponibilizá-lo para que os demais ocupantes do veículo possam utilizá-lo;
– Na neblina, dirigir com os faroletes ligados.
Na construção civil
– Fazer escoramentos de ribanceiras e amontoados;
– Evitar fazer gambiarras;
– Trabalhar em locais elevados somente atados com cinto de segurança e com equipamento de proteção individual;
– Não se abrigar sob marquises em construção.
Na rua
– Ao começar relampejar, abrigar-se em local seguro;
– Jamais abrigar-se de raios sob árvores;
– Ficar distante de estruturas metálicas.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social Corpo de Bombeiros