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2010
jun
22

Relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime foi lançado no mês de Junho.

Relatório do Escritório das Nações Unidas para a Droga e o Crime, lançado recentemente, alerta para os perigos gerados pela transnacionalização do crime organizado no mundo de hoje. Com dados mais precisos, apesar das dificuldades de obtê-los nesse campo, o relatório, disponível na íntegra em inglês e em sumários executivos em várias línguas, inclusive o espanhol, mostra o elevado porte do crime organizado, em termos de dinheiro movimentado e lavado, pessoal empregado e envolvido e a capacidade de influenciar as instituições por meios ilícitos. Com isso, a soberania nacional e a paz mundial se encontram ameaçados.

O porte atingido por alguns ramos do crime organizado se revela em números:

·        Só a Europa tem cerca de 140 mil vítimas do tráfico humano para exploração sexual, gerando o faturamento de 3 bilhões de dólares anuais.

·        A cada ano de 2,5 a 3 milhões de pessoas são objeto de tráfico entre a América Latina e os Estados Unidos, o que rende 6,6 bilhões de dólares aos traficantes.

·        A Europa tem um mercado regional de heroína no valor de 20 bilhões de dólares. A Rússia se tornou o maior consumidor no mundo, com 70 toneladas anuais, o que leva à morte de 30 mil a 40 mil jovens/ano, isto é, o dobro do número de soldados mortos durante a invasão do Afeganistão nos anos 80.

·        O mercado de mundial de heroína do Afeganistão é calculado em quase 55 bilhões de dólares, mas “só” 2,3 ficam com os agricultores, negociantes e insurgentes do país.

·        O valor do mercado da cocaína na América do Norte e Europa chega 72 bilhões de dólares, com 70% dos lucros concentrados nas mãos dos traficantes intermediários e nos países consumidores e não nas regiões andinas.

·        As armas de fogo ilícitas representam entre 170 e 320 milhões de dólares anuais ou 10% a 20% do mercado lícito.

·        A exportação ilegal de recursos naturais e o tráfico de espécies da fauna e flora selvagens provenientes da África e Sudeste asiático conduzem à degradação de ecossistemas. Só as importações de madeira e produtos ilícitos derivados da madeira oriundos da Ásia pela União Europeia e China foram de quase 2,5 bilhões de dólares em 2009.

·        A quantidade de produtos falsificados apreendidos nas fronteiras europeias se multiplicou por dez na última década e representa mais de 10 bilhões de dólares anuais. Cerca da metade dos medicamentos testados na África e no Sudeste da Ásia são falsificações de má qualidade, o que contribui para o aumento das doenças, em lugar de reduzi-las.

 

Publicado por Tiago Mendes
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