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2024
fev
23
Pesquisa

Prevenção da dengue: Confira dicas das pesquisadoras da UCB

O Brasil ultrapassa a marca de 740 mil casos de dengue no Brasil, registrados em 2024, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira (22). O Distrito Federal é um dos estados em que houve a declaração de estado de emergência. As pesquisadoras Dra. Nathalie Citeli, docente do Curso de Ciências Biológicas da UCB, e a bióloga Maria Lívia Galli orientam acerca de cuidados que podem ser aplicados no dia a dia.

“O mosquito se aproveita das áreas urbanas, de construções, e não de áreas naturais, que não têm predadores”, explica Nathalie Citeli, doutora em Zoologia. “São ambientes propícios para a população se desenvolver, porque não têm peixes nos riachos, e anfíbios, sapos, que se alimentam desses animais. Para o mosquito, é muito mais fácil”, garante.

De acordo com ela, a fêmea do mosquito precisa de sangue para conseguir maturar os ovos, e a transmissão do vírus ocorre entre uma pessoa e outra. “É um animal, que evoluiu no planeta, que tem uma história de vida”, destaca, ao afirmar que a doença não está no mosquito. “Pode existir uma transmissão verticalizada, de algumas larvas já virem com o vírus por causa da mãe, mas é mais comum que passe de uma pessoa para outra”, acrescenta a professora.

Devastação ambiental

A ausência de animais e da biodiversidade faz com que o mosquito tenha um ambiente propício crescer e se desenvolver. “Mesmo em prédios mais altos, o mosquito pode se reproduzir nos andares. A fêmea coloca os ovos e ele nasce e consegue. E os ovos são muito resistentes até o momento de eclodir e virar larva. O mosquito é um vetor da doença e não tem a doença nele. No caso das fêmeas, que se alimentam de sangue, elas podem pegá-lo contaminado e passar para outra pessoa”, explica Nathalie Citeli.

A pesquisadora informa que os animais com ciclo de vida curto, como o mosquito – que tem cerca de 45 dias, no máximo – têm uma taxa de mutação rápida. “A gente consegue acompanhar uma série de mudanças que vão acontecendo ao longo da nossa história, e as do mosquito também. Hoje, a gente não se preocupa só com a água limpa, mas com todos os tipos de água que não tenha nenhum predador”.

Nathalie Citeli infere a importância dos estudos científicos para pautar as políticas públicas, incluindo aprofundamento sobre o ciclo de vida, tempo de crescimento, doenças que podem ser causadas e distribuição das doenças. “Tudo isso vai ajudar a gente a controlar e melhorar a vida humana”, complementa.

Busca por sangue

Segundo a bióloga Maria Lívia Galli, ao se alimentar sangue de mamíferos em geral, a fêmea do mosquito procura-o por ter mais proteínas, auxiliando no desenvolvimento do ovo. “Geralmente, ela se alimenta de sangue e cerca de três dias depois ela está ponta para fazer a postura dos ovos. Uma fêmea produz entre 60 e 120 ovos por postura, podendo dividi-la em locais”, ressalta, ao elucidar que ocorrem cerca de três posturas ao longo do ciclo de vida da fêmea, que vive durante cerca de 40 dias.

“Depois que o ovo tem contato com a água, leva quase dois dias para eclodir. Na sequência, fica em estado larval, transformando-se depois de três dias em pupas. Nesse estado, ele não se alimenta, esperando em torno de três e cinco dias para voar”, esclarece Galli. E, se for fêmea, ela está pronta para começar o ciclo reprodutivo. “A fecundação entre o macho e a fêmea ocorre geralmente em voos, mas pode ocorrer em superfícies também”, complementa.

Publicado por Bárbara Fragoso

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