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2015
maio
18

Pontes de macarrão atraem estudantes do DF

Com pontes feitas com massa espaguete, colas epóxi tipo resina e cola quente de silicone, estudantes do ensino superior do DF concorreram no dia 15 de maio, às 9h, no Auditório do Bloco Central, ao prêmio de R$ 1.000 na II Competição da Ponte de Macarrão, realizada pelo Grupo PET (Programa de Educação Tutorial) – Estruturas do curso de Engenharia Civil, da Universidade Católica de Brasília (UCB). A equipe vencedora “Os estagiários” alcançou 74 kg no teste de resistência, uma marca quase 100 kg inferior ao recorde do ano anterior e perdendo também para o recorde nacional, que é de 234 kg.

Com o objetivo de atrair jovens para a área de engenharia com o desenvolvimento de sistemas estruturais simples, nesta edição, o evento, contou com a participação de 33 equipes, que se inscreveram no período de 25 de março a 24 de abril, com a média de um mês para fabricação das pontes. As pontes construídas foram entregues na instituição no dia 14 de maio. No final do evento, houve homenagem aos professores destaques do curso de Engenharia Civil da UCB e foi servida macarronada ao molho sugo pelos estudantes de Gastronomia. A Profa. Fernanda Avena, responsável pela preparação do prato, destaca que é a segunda participação do curso. “Envolve toda a Universidade. Hoje, servimos 10 kg de macarrão para cerca de 200 pessoas no evento. Eles gostaram muito”, disse.

No palco pontes estilhaçadas e na plateia tensão e gargalhadas de sobra. Numa competição equilibrada, algumas estruturas chegaram a atingir mais de 100 kg, mas foram desclassificadas por estarem fora do padrão ou terem sido entregues em atraso, já que as pontes não podem exceder 1 kg de peso, 50 cm de altura, 1,10m de vão livre e 20 cm de largura. De acordo com a coordenadora do curso de Engenharia Civil, Profa. Dra. Glauceny Cirne de Medeiros, os estudantes se dedicaram mais neste semestre. “Estava com uma grande expectativa, mas há uma diferença entre cálculo e execução. Por ser um material frágil, a execução de uma ponte feita de macarrão diminui bastante a resistência calculada no início. A partir de agora, o evento é semestral, já que notamos um excelente desempenho em sala de aula”.

Montagem de mestre

Para o professor da disciplina de Estrutura de Sólidos, Prof. MSc. Gabriel Zapata, as pontes foram projetadas para atingir o mínimo de 20 kg e, por isso, não superaram o resultado da 1ª competição. Ele indicou ainda as propriedades que uma ponte deve ter para ser campeã com o sustento de, pelo menos, 100 kg de força: boas conexões e balanços superiores e inferiores espessos. “As conexões são delicadas no processo e ajudam a distribuir o peso para dar equilíbrio. Temos muitos estudantes dos semestres iniciais que não têm as bases teóricas necessárias e, por isso, não atingiram os pesos esperados. Isso mostra a animação que eles têm para participar e isso é muito positivo, pois estão aprendendo o que vão aplicar na prática profissional”, ressaltou Zapata.

A premiação máxima foi para o grupo “Os Estagiários”, que venceu com a marca de 74 kg de carga e ganhou R$ 1.000 como premiação. O estudante Douglas Quixabeira Freire se mostrou surpreso com a vitória. “Não esperávamos ganhar, pois havia muitas pontes bem preparadas. Consegui fazer a parte de cálculo e meu colega ficou com a execução, então, devo a nossa vitória a essa parceria. Estamos muitos felizes com o resultado, pois nossa projeção era de 80 kg a 100 kg e esta experiência vai contar bastante no currículo futuramente”.

Na torcida pela equipe “A Resistência 2.0”, estava a avó de um dos integrantes, Zilmar Almeida, que estampava um sorriso no rosto ao comemorar o resultado do concurso. “Eles mereceram. Foram muito esforçados. Meu neto fez questão de nos trazer para o concurso”, disse. Eles alcançaram o 2º lugar com 54 kg de resistência no teste de carga. O estudante Giancarlo e sua equipe levaram R$ 500, mas, segundo ele, esperavam ir além. “Quando sabemos as propriedades do macarrão fica fácil mensurar porque calculamos como qualquer outro material que trabalhamos na engenharia. Mas trata-se de um material muito frágil e a questão da construção é ainda mais difícil porque não temos as ferramentas certas. Foi uma semana intensa de trabalho duro enfrentando, por exemplo, problemas e situações de uma obra comum, o que nos aproximou da realidade”.

Para Paulo Alves e Nathália Anício, 5º semestre, que alcançaram 44 kg com o grupo “UCB Bridge 2 – As treliças da morte”, “foi essencial pesquisar o melhor desenho para suportar mais peso. Descobrimos que o modelo arqueado dava mais sustentação. Os cálculos das barras foram feitos com o que aprendemos em sala de aula”. Já Lucas Ferreira, 9º semestre, da equipe “Pangarés”, que atingiu apenas 24 kg, acredita que, “O problema do grupo foi na execução. Não acredito em erros de cálculos, mas em falhas na montagem por falta de tempo”.

Os ganhadores da 1ª competição, Paula Kanno e Vinícius de Oliveira, 7º semestre, aconselharam que, para alcançar a vitória, é importante ter uma preparação especial na montagem, levando em consideração técnica e cálculo das treliças. “Talvez, os estudantes deste ano tenham levado mais em consideração a estética com o objetivo de ganhar o mínimo de pontos na disciplina”, comentaram.

Publicado por Tiago Mendes
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