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No último final de semana, de 1 a 3 de outubro, aconteceu o 43º Simpósio Internacional de Ciência do Esporte, organizado pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS). Na ocasião, foi premiada em 2º lugar a pesquisa “Desempenho e dano muscular após exercício de força combinado com diferentes tempos sob restrição do fluxo sanguíneo: estudo piloto”, que tem como autores o mestrando Leandro Lima de Sousa, o prof. Carlos Ernesto Santos Ferreira da Graduação e Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF), o médico Cardiologista do Laboratório de Avaliação Física e Treinamento (LAFIT) Ronaldo Esch Benford, o técnico do LAFIT, Robson Conceição, e a ex-aluna Jessica Mycaelle.
A pesquisa de mestrado foi cadastrada na temática Treinamento Resistido na Saúde, na Doença e no Envelhecimento. O objetivo do estudo era avaliar os principais danos e o desempenho muscular provocado por exercício com baixa carga. Esse método de treinamento com restrição do fluxo sanguíneo é conhecido por aumentar a força e a hipertrofia muscular.
Os testes da pesquisa foram realizados no final de 2019, antes da pandemia do novo coronavírus, no Laboratório de Avaliação Física e Treinamento da Universidade Católica de Brasília. Foram convidados três indivíduos do sexo masculino, saudáveis e fisicamente ativos, que foram submetidos ao exercício leg press com diferentes condições, com e sem restrição de fluxo sanguíneo em 50% da pressão durante as atividades. Após 48 horas foram realizados exames para saber os níveis de creatina quinase no sangue, que quando elevados representam que há lesão de músculos esqueléticos ou do músculo cardíaco.
O mestrando Leandro Lima de Sousa esclarece que o dano muscular não se trata de lesão, mas sim de um processo natural que ocorre durante a prática de exercícios físicos. “Quando nos exercitamos, as membranas de algumas células musculares se rompem, deixando o material intracelular extravasar para a corrente sanguínea. Assim, após um treino, o processo de reparação tecidual se inicia deixando o músculo mais adaptado e promovendo benefícios para os praticantes”.
O resultado do estudo sugeriu que nas circunstâncias testadas houve um expressivo nível de dano muscular, o que pode acarretar na recuperação mais lenta de ambas as variáveis avaliadas.
O professor Carlos Ernesto, orientador da dissertação de mestrado, destaca a importância da premiação para a pesquisa. “É a confirmação de que nossos alunos (também do PPGEF) são diferenciados. Nossas pesquisas são caracterizadas pelo ineditismo, graças, em grande parte, à estrutura que a UCB oferece, como laboratórios com equipamentos de altíssima qualidade e de última geração, essenciais para pesquisas em alto nível”.
A defesa da pesquisa de mestrado poderá acontecer até final de 2021.
Esta edição do Simpósio aconteceu no formato online e trouxe como tema: “Menos é mais? Mais é menos? ”, que buscou provocar uma reflexão baseada na ciência, levando em conta que as evidências científicas mais atuais mostram que a atividade física leve também pode impactar muito na qualidade de vida e na saúde a longo prazo.
O evento contou com pesquisadores, cientistas líderes de Grupos de Pesquisas sobre a Ciência dos Esportes, provenientes de universidades do Brasil e do mundo.