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2025
jan
24
Brasília Ambiental

Parceria com Brasília Ambiental origina estudo sobre capivaras

Com o objetivo de compreender melhor as dinâmicas entre capivaras e carrapatos no Distrito Federal, o Instituto Brasília Ambiental firmou uma parceria com a Universidade Católica de Brasília (UCB), em colaboração com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema/DF) e a Secretaria de Saúde (SES/DF). A iniciativa visa fornecer informações sólidas à população e desenvolver estratégias de ação efetivas.

Com uma equipe multidisciplinar formada por biólogos, veterinários, bolsistas de iniciação científica e voluntários, o estudo investigará aspectos como a dinâmica populacional das capivaras, a genética das populações e a presença de bactérias Rickettsia em carrapatos, além de promover ações educativas e de conscientização ambiental, previsto para acontecer entre 2025 e 2027.

Apesar de ser o menor estado brasileiro, o Distrito Federal reúne importantes áreas de conservação, incluindo o Lago Paranoá, um dos principais cenários da convivência entre fauna e população urbana. Essa proximidade, no entanto, tem gerado preocupações, como o aumento do contato entre humanos, capivaras e carrapatos, elevando os riscos de transmissão de zoonoses, como a febre maculosa.

A parceria com a UCB tem como principais eixos o monitoramento e análise da dinâmica populacional das capivaras, o estudo da variabilidade genética dessas populações, a análise da presença de bactérias Rickettsia em carrapatos, o desenvolvimento de estratégias de manejo, além da divulgação de resultados por meio de materiais educativos e redes de educação ambiental. Os detalhes específicos podem ser conferidos no plano de trabalho.

Eixos Estruturais do estudo

O projeto está organizado em seis eixos estruturais, cada um com objetivos específicos e resultados esperados, que se complementam para o alcance das metas propostas.

No Eixo 1, o foco é o monitoramento e a avaliação da dinâmica populacional das capivaras, englobando o tamanho das populações, sua distribuição e os corredores migratórios utilizados. O objetivo principal é observar as tendências de crescimento ou declínio populacional, comparando os dados com estudos anteriores. Espera-se, como resultados, identificar os bandos, estimar o tamanho das populações, analisar os fluxos migratórios, detectar os corredores utilizados pela espécie e mapear áreas de risco, como aquelas sujeitas a atropelamentos.

O Eixo 2 aborda o estudo genético das populações de capivaras, com o propósito de compreender o fluxo gênico, os padrões de migração e a viabilidade populacional no Distrito Federal. Este eixo busca detectar rotas migratórias e corredores, analisar as relações de parentesco entre os bandos e o fluxo gênico, definir modelos populacionais, inferir a dispersão de patógenos em possíveis surtos e avaliar a viabilidade futura das populações, considerando a pressão antrópica.

Já o Eixo 3 foca na análise de soroprevalência e na identificação de bactérias Rickettsia em carrapatos, correlacionando a presença dessas bactérias com seus hospedeiros vertebrados. O objetivo é identificar os ciclos de transmissão e mapear seus reservatórios e vetores. Espera-se, com isso, mapear áreas com vertebrados e carrapatos infectados, elaborar recomendações específicas de saúde pública para diferentes regiões e estabelecer correlações entre a frequência de anticorpos relacionados à Rickettsia e a presença da bactéria nos vetores.

No Eixo 4, a prioridade é o desenvolvimento de estratégias de manejo para controle populacional de capivaras e carrapatos, com a intenção de mitigar riscos, como a disseminação de doenças, incluindo a febre maculosa. As estratégias esperadas envolvem alterações de habitats, criação de barreiras e outras intervenções que reduzam o contato entre humanos e fauna, prevenindo doenças e protegendo o meio ambiente.

O Eixo 5 enfatiza a educação ambiental e em saúde, voltada à conscientização de moradores e frequentadores das áreas de estudo. O objetivo é capacitar a sociedade sobre os riscos zoonóticos e a conservação da biodiversidade por meio de ações educativas. Como resultado, espera-se um maior conhecimento público sobre convivência pacífica com a fauna, controle de carrapatos e práticas preventivas para evitar zoonoses.

Por fim, o Eixo 6 é dedicado à comunicação e divulgação das ações e resultados do projeto. Este eixo busca disseminar informações científicas e educacionais para promover a colaboração entre pesquisadores, gestores públicos, ONGs e a sociedade. A expectativa é construir uma rede colaborativa que integre diversos setores e estimule a troca de boas práticas, ampliando a conscientização sobre saúde pública e conservação ambiental.

Confira os documentos relacionados ao projeto, como o edital de chamamento público, o termo de colaboração e o plano de trabalho.

*Com informações do Instituto Brasília Ambiental

Publicado por Bárbara Fragoso

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