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2025
maio
20
Empresa Júnior

Olfato realiza media training com agentes de segurança pública

Na última quarta-feira (07), a empresa júnior Olfato da Universidade Católica de Brasília (UCB) realizou um media training voltado para os alunos da pós-graduação em Alta Gestão Integrada em Segurança Pública, na disciplina de Comunicação Organizacional, ministrada pelo professor Dr. Leandro Bessa, dos cursos de comunicação. O encontro aconteceu no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, e contou com a presença de integrantes da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. A proposta do treinamento foi desenvolver competências em comunicação estratégica para os  servidores.

O ponto central da atividade foi a simulação de uma coletiva de imprensa, com perguntas sensíveis e cenários de crise. Conduzido pela equipe de jornalismo, o exercício desafiou os participantes a responder diante das câmeras com clareza, segurança e responsabilidade institucional. A dinâmica abordou não apenas o conteúdo das falas, mas também elementos como postura corporal, controle emocional, tom de voz, expressões faciais e gestos involuntários, aspectos que, segundo os instrutores, podem comprometer ou fortalecer a credibilidade de quem representa uma instituição.

O policial penal Flavio Luis Castiglioni, 45 anos, atualmente cedido à Secretaria de Segurança Pública do DF, destacou a surpresa que teve com “pequenos gestos involuntários, falhas na postura e até expressões faciais, que podem comprometer a credibilidade da fala e a clareza da mensagem institucional.” Mesmo com conhecimento sobre o tema, ele relatou ter enfrentado dificuldade com a exposição: “O maior desafio foi controlar o nervosismo e manter a objetividade e a clareza. Esqueci palavras-chave, tive ‘brancos’ e adotei gestos que indicavam desconforto.”

Ao comparar diferentes tipos de entrevista, Castiglione ressaltou que a espontânea “tende a ser mais vulnerável a erros de posicionamento, esquecimentos e improvisos mal calculados […] Já a entrevista preparada permite alinhar os valores institucionais à fala, organizar os pontos principais, escolher as palavras certas e transmitir segurança.” Para ele, o treinamento é essencial: “Ele nos prepara para lidar com a imprensa de forma ética, clara e estratégica, reforçando o posicionamento institucional […], visto que hoje tudo gira e passa pela mídia.”

O policial também destacou a importância de uma comunicação consciente: “Aprendi que comunicar bem não é apenas saber falar, mas saber se portar, alinhar o conteúdo à missão institucional e estar atento ao tom de voz, postura e expressão, clareza, objetividade […] mais importante que o próprio comportamento é o cuidado com a informação, pois pode causar um impacto negativo para a instituição.”

A policial civil Ana Luiza Almeida Andrade, 49 anos, também compartilhou suas impressões sobre o exercício. Ela destacou a expectativa em apresentar em poucos minutos os conhecimentos teóricos, ao indicar que “podem ser mal interpretados perante o uso inadequado do falar.” Sobre a diferença entre entrevista espontânea e preparada, afirmou: “Muita diferença. Aprendemos nos bancos da faculdade que devemos planejar o que falar. E assim vejo nas entrevistas.”

Mesmo sendo comunicativa, Ana reconheceu um desafio pessoal: “Prefiro a discrição. Gosto dos bastidores da notícia e não fazer parte da divulgação.” Para ela, o treinamento teve valor formativo: “Importante para compreendermos o mundo da informação. Essencial para quem lida com a transmissão da notícia.” E concluiu: “Ampliou ainda mais a minha certeza do gosto pelos bastidores. Adoro pesquisar. Por isso me vejo mais na produção.”

O treinamento proporcionou aos participantes uma experiência prática e realista de como é se comunicar com a imprensa em contextos de alta pressão. A atividade reforçou que dominar a técnica da fala, alinhar conteúdo à missão institucional e ter clareza de posicionamento são habilidades fundamentais para proteger a imagem da instituição e fortalecer a relação com a sociedade.

Por Joyce Teles, estudante do curso de Jornalismo da UCB

 

Publicado por Bárbara Fragoso
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