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No mundo globalizado em que a tecnologia está ao alcance de tudo e de todos, não é difícil ter acesso a informações. A nova geração de crianças e jovens parece já nascer com habilidade e facilidade para entender e utilizar as ferramentas digitais. A sociedade contemporânea está cada vez mais adaptada ao uso de computadores, tabletes e celulares no processo de ensino. Com isso, o projeto Logicamente, coordenado pela professora Graziela Guarda, com a participação dos cursos de Tecnologia da Informação, Matemática e Engenharia Civil, leva aos estudantes do 5º e 6º anos do ensino fundamental, e 1º e 2º anos do ensino e médio, do Centro Educacional Católica de Brasília (CECB), o aprendizado do raciocínio lógico computacional.
Com o uso de atividades com jogos lúdicos e digitais, o projeto leva aos estudantes temas que não são abordados com frequência em sala de aula. “O projeto Logicamente traz para os estudantes temas como raciocínio lógico, lógica computacional, algoritmos, entre outros que não são abordados na educação nacional. Em outros países esses temas já fazem parte da grade curricular de ensino, o que torna um diferencial para os estudantes do CECB”, salientou Graziela.
A cada três semanas, os estudantes realizam atividades no laboratório de multilinguagens, onde fazem uso das ferramentas tecnológicas para jogos digitais, e, uma vez a cada três semanas, é trabalhado o lúdico, que consiste em ensinar o raciocínio matemático. “Primeiro levamos os estudantes para aprender o jogo do xadrez online, depois utilizamos o xadrez humano, fazendo alusão à história do Harry Potter, no qual eles puderam vivenciar na prática o raciocínio aprendido anteriormente de forma divertida e interativa”, explicou a professora e coordenadora do projeto.
A estudante do 6º ano do ensino fundamental, Ana Clara Lima, 11 anos, revela o que achou da proposta do projeto. “A atividade é bem diferente do que estamos acostumados, brincamos e entendemos ao mesmo tempo, e foi bem divertido, pois estamos aprendendo raciocínio e como aplicar isso no jogo de xadrez”.
Aos 21 anos, a estudante do 5º semestre de Engenharia Civil da UCB, Caroline dos Santos Gonçalves, fala sobre a oportunidade de participar do projeto Logicamente e sobre como essa experiência acrescenta na sua formação acadêmica e pessoal. “Participar desse projeto agrega para nós, tanto como estudantes e como cidadãos, a questão do contato com outras pessoas e a aprender a lidar com suas diferenças e dificuldades, e, até para nós mesmos trabalharmos o nosso raciocínio lógico, pois antes de passarmos o conteúdo para as crianças e jovens, nós temos de estudar e revisar todo o tema a ser abordado. Então, nós adquirimos responsabilidades, como por exemplo, cumprir prazos, saber interagir com as pessoas, ter o compromisso de ensinar o conteúdo”, disse Caroline.
Acostumados a ver a Engenharia Civil como uma área voltada apenas para a construção civil, Caroline viu a possibilidade de atuar de outra forma após terminar a graduação. “A Engenharia Civil não é só construir prédios, casas, entre outros. Podemos dar aulas e trabalhar com crianças e ser mais humanos também, pois todos veem os profissionais das exatas como pessoas sem coração e, na verdade, não somos assim. Gostamos do contato, da interação. Poder atuar como docente também é outra vertente muito interessante para o engenheiro civil”, afirmou a estudante.