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2014
nov
25

Novo Volume da Revista Esferas das Pós-Graduação em Comunicação da UCB é publicado.

 Dossiê Imaginário – Apresentação por Gustavo de Castro (UNB) e Frederico Feitoza (UCB)

A imaginação é uma forma de contato com a alma do mundo. Saber imaginar é saber penetrar a realidade em sua multiplicidade, é não reduzi-la ao conhecimento científico ou ao senso comum. Por que voltar ao tema do imaginário na comunicação? Concordamos com o que disse Gaston Bachelard, para quem “as linhas imaginárias são as verdadeiras linhas da vida, aquelas que mais dificilmente se rompem. Imaginação e vontade são dois aspectos de uma mesma força profunda. Sabe querer quem sabe imaginar”.
O imaginário, ou como prefere Dietmar Kamper, a imaginação, tornou-se uma força de liberdade. A “força de imaginação” é uma atividade de primeira ordem em nosso regime e em nossas práticas dos saberes, porque sua ordem é produzida pela mimese que, por sua vez, nos convida a duvidar das representações, dos modelos, das ideologias e nos leva a investigar regiões do saber, do corpo e das práticas cotidianas a partir de outro ponto de vista.
Nesta edição da Revista Esferas oferecemos um dossiê que aposta que a comunicação em suas formas mais contemporâneas é capaz de espraiar ainda mais o imaginário pelos sulcos intermináveis e secretos da realidade. Para tanto, abrimos com um texto de George Bertin que atualiza a noção de tribalização na chamada sociedade em rede; Lorine Bost nos oferecerá uma leitura dionisíaca de Um singe en hiver. Depois seremos brindados com uma exploração estética da vida homossexual secreta de Alan Turing por Edgar Carvalho e a uma teorização sobre como o fascismo nos leva a viver uma solidão organizada de Frederico Feitoza. Ana Thais Portanova traz uma bio-bibliografia de Gilbert Durand, o pai do imaginário, e Gustavo Castro explora a arquitetura imaginária na obra de Italo Calvino As cidades invisíveis. Danielle Naves apresenta Dietmar Kamper como uma herege que redefine a própria noção de imaginário e os interessantes conceitos de filme-ensaio e cinema da pós-retomada são esclarecidos respectivamente por Miguel Serpa e Eduardo Portanova Barros.
Entre os artigos livres: o afeto permeando o cinema de Tsai Ming-liang, por Fabio Ramalho e também influenciando as práticas de consumo conforme lemos no texto de Benedito Moreira e Luciana Borges. Renata Lemos nos introduz ao conceito de Nanomídias e Silnei Scharten problematiza a noção de representação em Barthes. Além disso, Soraya Hopfner aborda o discurso de ódio nas redes; Márcia Garçon realiza um estudo exploratório da usina de Belo Monte, Mônica Toledo fala sobre barroco e a memória e Luciano Mulaly descreve a delicada produção de radionotícias. Na seção Visualidades João da Silva Ribeiro e Rodrigo Saturnino exploram as janelas-túmulos de uma Lisboa esquecida.

Boa leitura!

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Publicado por Tiago Mendes
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