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2012
ago
02

Nado sincronizado pode surpreender

Mesmo com a eliminação da equipe feminina de natação e a derrota de César Cielo nos 100m livres – ele ainda disputa os 50m livres, sua especilidade -, as piscinas continuam a ser esperança de medalhas para o Brasil. Além da prata de Thiago Pereira, que superou o maior medalhista olímpico da história, Michael Phelps, e está nas finais dos 200m medley, as meninas do nado sincronizado podem surpreender e subir ao pódio.

Em sua segunda participação consecutiva em Olimpíadas, a dupla Lara Teixeira e Nayara Figueira está confiante e demonstra otimismo para ir à final em Londres. Nos Jogos de Pequim-2008 elas bateram na trave. Ficaram na 13ª colocação, uma acima da necessária.

“A gente se considera muito mais madura”, disse Lara. “Tivemos apenas oito meses juntas antes de Pequim. Agora fizemos todos os treinamentos que o ciclo olímpico exige e nos sentimos um dueto bem mais confiante”.

No Mundial de Xangai de julho do ano passado, as meninas conseguiram avançar de fase e ficaram na 12ª posição. No Torneio Pré-Olímpico para Londres superaram os 85.770 pontos conseguidos em solo chinês e subiram de lugar no ranking.

Em relação à apresentação que valeu o bronze no Pan de Guadalajara em 2011, a dupla fez alterações na coreografia. A rotina técnica, quando há necessidade de cumprir tarefas específicas, e a livre, quando há espaço para criatividade artística dos atletas, sofreram mudanças visando à melhora do desempenho.

“Começamos a treinar (as novas rotinas) em dezembro do ano passado. Estão mais dinâmicas e focamos mais em altura e na parte física”, conta Nayara. A parceira de nado sincronizado da moça ainda acrescenta.

“É necessário ter dois ‘highlights’ (momentos especiais) na coreografia da rotina técnica. Estamos trazendo três. A gente colocou mais giros e coisas técnicas, que os juízes avaliam mais e, consequentemente, fazem com que a nota aumente.”

Inovação

O tema da rotina livre é Corpo humano e foi escolhido junto à comissão técnica. A música da apresentação é do ex-Titãs e Tribalistas Arnaldo Antunes. Segundo a dupla, a inspiração veio de um grupo de dança de Minas Gerais.

Elas também usarão maiôs especiais desenhados pelo artista plástico Romero Britto, que representa os sistemas vitais, e uma touca para simbolizar o cérebro. De acordo com Lara, o uso do acessório de cabeça é inédito na modalidade. “A gente já havia usado no Sulamericano e é uma coisa nova no esporte. Só nós estamos com isso.”

Se a novidade vai ajudar é cedo para dizer, mas elas garantem que nunca estiveram tão bem. E quando entrarem na piscina nos dias 5 de agosto, para a rotina técnica, e no dia 6, para a rotina livre, uma coisa não poderá faltar independentemente da situação: atenção aos detalhes

“Não pode encostar no chão da piscina e temos sempre que estar atentas ao movimento do pé. Temos que pensar em todo o corpo estar alinhado. Até o último fio de cabelo.”

Caso avancem à final, Lara e Nayara competem no Centro Aquático de Londres no dia 7.

Matéria publicada no Jornal de Brasília do dia 02 de agosto de 2012

Publicado por Tiago Mendes
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