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2010
maio
31

III CIEQV: Mesa redonda discute sobre obesidade

O nutricionista e professor da Universidade Ibirapuera (SP), Daniel Marcelo Percego, mostrou-se preocupado com o meio no qual convivemos diariamente e que influi no aumento da obesidade. Cigarro, bebida alcoólica, automedicação, poluição, sedentarismo, estresse, agrotóxicos e produtos químicos artificiais, que levam ao sobrepeso. De acordo com o professor, “a redução dos alimentos saudáveis e a inclusão de outros não tão saudáveis assim, como aqueles que contêm altos índices de corantes e sabores artificiais alteram o metabolismo do corpo e com isso geram a obesidade”.

Segundo Percego, a obesidade nada mais é do que uma inflamação de baixo grau. Com o acúmulo de gorduras, o organismo reage como se tivesse sido tomado por um grande processo inflamatório. O tecido gorduroso fica povoado de células ligadas aos episódios de inflamação, e essas células produzem em abundância uma molécula, chamada PAI-1, que atrapalha a regulação da quantidade de açúcar no sangue e facilita o entupimento de vasos sanguíneos, levando aos sintomas perigosos normalmente associados à obesidade. 

Outro problema agravante e que resulta em massa gorda é o sedentarismo, principalmente, na infância. O professor auxiliar da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, em Portugal, Dr. José Carlos Ribeiro, trouxe à mesa o novo comportamento das crianças, que cada vez menos se dedicam às atividades físicas. “Televisão, videogame, computador e outros artifícios tecnológicos tiram as crianças das “brincadeiras de rua” e colocaram-nas a praticar atividades sedentárias. Hoje, é comum encontrar meninos e meninas obesos com menos de seis anos. Isso é resultado da falta de atividade física e da má alimentação”, disse Ribeiro.

Para o professor, algumas mudanças simples de comportamento poderiam fazer uma grande diferença na vida de uma criança. Por exemplo, em vez de ir de carro para a escola, ir a pé; na hora do intervalo não ficar sentado, mas aproveitar para brincar; ao chegar em casa, depois de outra caminhada de volta, trocar a televisão por um exercício caseiro (como arrumar o quarto). 

Rodolfo Giugliano, professor da Universidade Católica de Brasília, especializado em Pediatria, se mostrou preocupado. Para Giugliano, “Até mesmo bebês podem ser considerados obesos, e que quanto mais cedo for o diagnóstico, melhor o tratamento”.

Hoje, o novo padrão referencial de análise das medidas antropométricas, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) proporciona uma melhor avaliação dos riscos e dos níveis do sobrepeso.

Vale ressaltar que ao diagnosticar a obesidade, é desejável que o profissional dê preferência às preconizações das agências nacionais e internacionais de saúde, pois, geralmente, os dados são resultado de estudos detalhados, feitos por grupos especializados, que propiciam uma padronização dos cuidados com a saúde e a comparação com dados internacionais.

Nos cartões de vacina das crianças, o novo padrão de linhas e curvas já foi adotado e, com ele, é possível que mães acompanhem o crescimento tanto vertical quanto horizontal de seus filhos, para, se necessário, levá-los a acompanhamento o quanto mais rápido.

Por Laís Marinho

 

Publicado por Tiago Mendes

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