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O espetáculo de dança do curso de Educação Física da Universidade Católica de Brasília (UCB) reuniu um público de 800 pessoas, da instituição e comunidade local, no dia 29 de outubro, às 19h30, no Auditório Central do Câmpus de Taguatinga. Estudantes, grupos de crianças e adolescentes, adultos e idosos de companhias de dança do DF e Goiás fizeram 37 apresentações de Ballet Clássico e Contemporâneo, Estilo Livre, Jazz, Zouk, Samba, Forró e Samba de Gafieira, Dança de Salão, Hip Hop, Ragga, Dança do Ventre, Stilleto, além de Ginástica Rítmica e Artes Marciais Wushu.
Tradição cultural na Universidade, o festival teve 21 grupos inscritos, com grande destaque para a participação de ex-alunos da UCB que, de forma voluntária, prepararam coreografias de qualidade técnica para competir no festival. Além disso, o projeto de extensão da UCB, o Centro de Convivência de Idosos (CCI), participou com apresentações de dança sênior e jazz com idosos.
Isabel Zago, professora que coordena os grupos de dança sênior, explicou que a modalidade de dança surgiu na Alemanha na década de 1970 com base no folclore. Para ela, é gratificante ver idosos de até 85 anos se apresentando no espetáculo. “Durante três anos, fiz parte do Centro de Convivência dos Idosos (CCI) da Universidade e, hoje, trouxe dois grupos para se apresentarem. Para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de subir num palco, se sentem com a autoestima lá em cima. O treinamento foi muito bom e todos se integraram bastante”, disse.
Noara Beltrami, formada em Ed. Física pela UCB, hoje, é proprietária de academia de dança e participa de festivais de dança em outras cidades no Brasil. Há anos parceira do festival da UCB, Noara acredita que a iniciativa é importante para mostrar o trabalho realizado dentro da Universidade. “É por meio do festival que descobrimos grandes talentos, coreógrafos, bailarinos e, inclusive, nós professores que nos formamos aqui. Nesta edição, temos tanto grupos da cidade, como grupos da própria Católica com estudantes”, destacou.
Festival de Dança
Aberto ao público, o evento faz parte de um projeto da disciplina de Dança do Curso de Educação Física da UCB. Inicialmente promovido pelos estudantes, o festival ganhou força com o incentivo da professora Nilza Maria do Vale. “A ideia principal surgiu em sala de aula. Os estudantes da disciplina de dança tinham que cumprir um conteúdo programático para aprender a criar coreografias que pudessem ser úteis para atividades rítmicas de ginástica, dança ou lutas em geral”, destaca a Prof. Ma. Nilza do Vale.
Durante as aulas, os estudantes podem ter vivências teóricas e práticas da elaboração de sequências de movimentos corporais coreografados. O objetivo principal é proporcionar a participação de estudantes de diferentes cursos da UCB e de grupos e projetos sociais para aproximar a dança da comunidade por meio da arte e cultura. “Os estudantes são envolvidos na organização e realização do evento. Hoje, nosso objetivo com o festival é mostrar diferentes coreografias de variados estilos de dança sem que haja uma competição entre os grupos. Até porque as apresentações são compostas por pessoas de todas as idades desde crianças até idosos”, comenta a professora Nilza que é responsável pela organização do espetáculo.
Para o coordenador do curso de Ed. Física, Prof. Me. Severino Leão Neto, o crescimento dessa ação dentro da disciplina foi surpreendente. “É um evento que mostra à comunidade do DF aquilo que a Universidade faz aqui. Hoje, nós temos 360 dançarinos que vão passar pelo palco. Este evento não é mais da Ed. Física, mas sim da Católica, pois temos alunos de outros cursos que, voluntariamente, procuraram nossos grupos de dança para ensaiar. A dança contagia todo mundo: além de ser um laboratório vivo no qual o estudante aprende na prática, já podemos observar gerações envolvidas”, explicou.
Talentos
São cinco os grupos de estudantes da UCB que fazem parte do festival: Cia de Dança, Grupo Ghetto, Grupo Ruah, Grupo Sexy Girls e Grupo de Zouk. Neste semestre, 16 grupos externos participam do festival. Entre eles, estão a Cia de Dança Noara Beltrami; o Grupo Rota Brasil; a Danzare Cia de Dança; o Estúdio Passos da Dança; o Foco Cia de Dança; o Grupo Tekamul; a Dinastia Dellarti; a Cia de Dança Renata Nunes; a Beckus Cia de Dança; a Escola Estrela Guia; o Projeto de idosos Mais Asbac e Programa Providência; a Cia de Dança Chams; o Colégio CCI; o CFH Esportes do Colégio Leonardo da Vinci; e o Instituto de Artes Marciais ao Wushu.
Aos poucos, os estudantes da Cia. de Dança da UCB foram trabalhando para transformar o festival num grande espetáculo. Há três anos, uma bolsa de estudos artística motivou o jovem Leonardo Estevam a conhecer a dança. Foi ele quem trouxe o estilo Hip Hop para a instituição e, agora, é coreógrafo voluntário do grupo. Para ele, a Universidade o acolheu e isso é motivo de muita satisfação. “Com os anos a vontade de dançar só foi crescendo. A Prof. Nilzinha nos motiva muito a continuar. Graças a essa oportunidade, pude desenvolver minhas habilidades. Para mim a dança é uma coisa que vivo”, ressaltou.
Há um ano, a estudante do curso de Engenharia Civil, Amanda Borges, também conheceu a dança. Para ela, mais do que uma forma saudável de exercício a dança integra as pessoas. “Alguns estudantes da Católica estavam sentindo necessidade de ter aulas de dança de salão e como eu já dançava há 3 anos em outras companhias, decidimos começar este projeto. São estudantes do curso de Ed. Física, Administração, Psicologia e Engenharia. Universidade é isso”, comemorou.
Alexandre Fernandes, estudante do curso de Administração, acredita que a união fortaleceu a Cia de Dança da UCB. Com a iniciativa de integrar os estudantes, ele montou uma coreografia para unir os estilos Forró, Sexy Dance, Funk e Pop numa única apresentação. “Pensei que se os dançarinos eram os mesmos poderíamos nos juntar e montar um grupo fixo. O nome escolhido foi Ruah que significa movimento do vento ou inspiração criativa de Deus. Por isso, trouxemos religiosidade, danças e movimentos. Além disso, a palavra faz analogia a rua, ou seja, danças de rua num só grupo”, explicou.