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2017
jun
14
Geral

Espaço Com-Vivências se despede da professora de Corpo e Expressão

O encontro do Projeto Espaço Com-Vivências, da Universidade Católica de Brasília (UCB), realizado no dia 7 de junho, teve um sabor especial de despedida e saudades, como descreveu a professora da Oficina Corpo e Expressão, Soraya Valenza, que foi coordenadora do projeto pela Secretaria de Educação do DF (SEDF). No festival de dança “Peter Pan”, em 2016, a professora se despediu do espetáculo e disse ter encerrado um ciclo de aprendizados e conhecimentos adquiridos. Neste ano, se aposentou. Para homenageá-la, estudantes de graduação e de pós-graduação, familiares e professores realizaram um piquenique de agradecimento aos serviços prestados ao longo dos anos.

O vice-governador do DF, Renato Santana, também esteve presente para conhecer as atividades realizadas pelo projeto e prestigiar o convênio celebrado entre a UCB e a SEDF. Também compareceram à confraternização a diretora da Escola de Saúde e Medicina, professora Aline Braga, o coordenador do curso de Educação Física, professor Severino Neto, e a professora do curso de Educação Física, Mônica Vieira. Para o professor Elvio Marcos Boato, um dos responsáveis pelo Espaço Com-Vivências, a saída da professora Soraya deixará marcas. “Antes mesmo de o projeto existir, já discutíamos a criação de um ambiente que unisse dança com o ensino especial. Nós compartilhamos esse sonho. E agora ela cumpriu sua missão”, elogiou.

“Foram dias de festa. Termino isso muito feliz!”. Essas foram as palavras emocionadas da professora Soraya ao concluir suas contribuições para o projeto. Ela ingressou na educação especial em 1990, dois anos após entrar na Secretaria de Educação. Dos 28 anos de jornada na educação especial, 20 deles foram vividos no projeto de dança. Para a professora, o segredo da dedicação à profissão é nunca ter trabalhado nesses anos, mas ter se dedicado a todas as pessoas envolvidas. “Então, fui convidada a encabeçar o projeto ao lado do professor Elvio e o projeto de extensão e pesquisa passou a se chamar Espaço Com-Vivências. Juntos, construímos um espaço de atendimento a qualquer pessoa com deficiência. Os alunos do curso de Educação Física podem conviver com esse público, o que faz toda a diferença para a sua formação”.

Durante o lanche, pais e mães de alunos se despediram com mensagens de carinho e de agradecimento. Uma das mães fez uma declaração: “Soraya, você é amiga, mãe, inteligente, possui amor e carinho e não tem medo. É tudo o que os nossos filhos precisam. Você é iluminada, um anjo de asas abertas. Nós te amamos!”.

Soraya conta que leva aprendizados enormes: “todo dia quando venho para cá penso na minha atitude e postura com os alunos e em como exercer minhas atividades, me colocando sempre aberta para a troca que acontecerá no dia. A educação especial pode ser vista como monótona por alguns, mas cada dia é um dia, que pode ser ruim ou esplêndido. Cada dia é único mesmo para uma criança especial e cada realidade e história são únicas. Por isso, eu, como educadora, devo respeitar essas individualidades”.

Convênio

Desde 2010, a SEDF disponibiliza professores de Educação Física e de Educação Artística para conduzirem as oficinas de atividades aquáticas e de expressão corporal, em que os estudantes atendidos no projeto de educação inclusiva desenvolvem aptidões físicas, funções cognitivas e melhoria da autoestima. As pesquisas realizadas no projeto servem de base para a Secretaria de Educação aperfeiçoar os atendimentos educacionais especializados realizados nos Centros de Ensino Especial e Classes Inclusivas. 

O convênio entre as instituições se renovará em julho deste ano. Para o vice-governador, é função do Governo garantir a continuidade dos convênios firmados com a SEDF e também providenciar a substituição de professores que se aposentam. “Queremos dar sequência a esse maravilhoso trabalho para absorver novos alunos da rede pública. Gostaria de agradecer à Católica que concede, gentilmente, seus profissionais, infraestrutura e unidades de conhecimento nas várias áreas de interesse”.

Segundo ele, o projeto é um ambiente de relevante contribuição para a sociedade, pois preenche lacunas. “Nesta parceria, a UCB fornece o espaço físico e os acadêmicos em estágio, que interagem na prática. Já a Secretaria de Educação colabora disponibilizando seu corpo de professores. A professora Soraya cumpriu uma meta em sua carreira de forma honrada”, finalizou.

Um espaço de expressividade, autopercepção e socialização

As habilidades psicomotoras são trabalhadas por meio da psicomotricidade relacional, um método de abordagem focado nas relações, emoções e sentimentos, pela compreensão do próprio corpo e nas suas relações consigo mesmo, com os outros e com os objetos. O Espaço Com-Vivências integra os estudantes dos cursos de Educação Física, Psicologia e Fisioterapia e atende aproximadamente 200 estudantes da rede pública de ensino do DF com necessidades especiais.

Publicado por Tiago Mendes
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