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2017
mar
09
Geral

Curso de Biomedicina firma parceria com Fundação de Peritos

O curso de Biomedicina da Universidade Católica de Brasília (UCB) assinou convênio com a Fundação de Peritos em Criminalística Ilaraine Acácio Arce (FPCIAA), que possui acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), para a realização de estágio obrigatório na área de perícia forense. A proposta é desenvolver análises de vestígios criminais e incentivar a pesquisa na Instituição, com a possibilidade de estudantes frequentarem o laboratório central do Instituto de Criminalística para realizarem pesquisas de Iniciação Científica (IC) e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs).

Como benefício, os estudantes poderão adquirir vivências diversificadas no Instituto e acumular experiências para o mercado de trabalho. O coordenador do curso de Biomedicina, Prof. Douglas Albernaz, explica que é importante diversificar os campos de estágio dos estudantes, pois o profissional biomédico, hoje, pode atuar em mais de 20 áreas, sendo que uma delas é a Perícia Criminal. “O carro chefe do curso na Católica sempre foi Análises Clínicas, mas, hoje, o avanço da profissão permitiu uma ampliação da experiência prática. Além das Análises Clínicas, já oferecemos oportunidades de estágio, por meio de parcerias, nas áreas de Imaginologia, Hemoterapia, Análises de Alimentos e, agora, iniciamos com a Perícia Criminal. Esses estudantes estão com um pé no mercado de trabalho e, por meio do contato com peritos, a ideia é que eles possam acumular habilidades”.

Parceria enriquecedora

O presidente da FPCIAA, Charles Albert Andrade, enxerga a fundação com a missão de fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico na área de ciências forenses. “Por meio das parcerias com instituições educacionais, nosso objetivo é estreitar a relação entre a academia e diversos ramos do setor produtivo. O conhecimento desenvolvido é transmitido para a polícia, com a reformulação de métodos e otimização de sistemas. É um investimento em capacitação, para que essa mão de obra retorne ao órgão como profissionais qualificados”.

Para Charles, trata-se de um sistema integrado de apoio para o desenvolvimento da ciência. O laboratório possui um parque tecnológico avançado, com equipamentos de alto desempenho — uns cedidos pela Fundação e outros da PCDF —, em funcionamento na prática forense, como o espectrômetro Raman, que é o mais moderno em operação no Brasil. “São realizados exames de biologia, química, física e toxicologia forense. Recebemos estudantes de graduação e de pós-graduação que podem ver na prática o que é feito no mundo real. Por mais que ele tenha a ideia na universidade, aqui ele vivencia as melhores técnicas”, destacou.

O chefe do Laboratório do Instituto de Criminalística, Eduardo Ramalho, explica que o novo campo de estágio tem foco nas drogas de abuso. O laboratório atua em diferentes linhas de trabalho: identificação de substâncias proscritas, drogas de abuso ou algum medicamento; identificação química de compostos, na busca de fluidos biológicos em vestes de pessoas vítimas de crimes sexuais ou autores de crimes; bebidas falsificadas; venenos e anabolizantes em alimentos; substâncias inflamáveis em locais de incêndio; substâncias inalantes; e identificação de resíduos de disparos de armas de fogo. “Os estagiários nos ajudam na pesquisa para começar um verdadeiro trabalho de inteligência pericial em drogas, ou seja, para saber qual tipo de droga é mais utilizada em determinada região do DF, além da massa média de consumo por unidade”, disse.

Muito além das análises clínicas

O professor Fernando Pucci acompanhou a primeira equipe de estagiários em aulas no laboratório. Para ele, o mundo tem se voltado para a criminalística e a medicina legal, no intuito de solucionar crimes. “É gratificante ver o interesse dos estudantes em aprender, desde a recepção até a confecção do laudo, nas diversas reações laboratoriais, seja para a análise de drogas, vestígios de sangue e de outros fluidos em peças relacionas a crimes. São realizados testes colorimétricos para maconha, crack e cocaína, além de cromatografia de camada delgada, cromatografia gasosa e teste infravermelho. Vivenciar diferentes realidades traz ao estudante um maior preparo para enfrentar o mercado de trabalho”, explicou.

Marília Lopes, estudante do 9º semestre de Biomedicina, sempre se encantou pela profissão de perito criminal e o estágio fez reacender o seu sonho de início de curso. Apesar de desde o primeiro estágio, realizado na UCB, ter tido ampla noção do mundo dentro de um laboratório, Marília considera a experiência na Polícia Civil enriquecedora.

Já Thiago Fellipe, estudante do 9º semestre de Biomedicina, avalia que no curso teve a preparação teórica e prática necessária para chegar aos campos de estágio. “Hoje, me vejo numa grande vertente de pesquisa, porque a Biomedicina é voltada para a pesquisa. Sempre fiz estágio em hospital, mas para quem não queria seguir nessa linha, não havia opções. Então, esse estágio veio como um diferencial”.

Publicado por Tiago Mendes
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