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2022
jun
27
Palestra

Assédio sexual:UCB recebe Izabella Borges para discutir temática

Até o momento, perante o código penal, o assédio sexual não é algo explícito. No caso, a advogada ressalta que verbalizar o conceito no dia a dia é essencial.

A Universidade Católica de Brasília (UCB), junto com as empresas juniores Olfato, Matriz e Cajuí dos cursos de Comunicação, organizaram uma palestra com a advogada criminalista Izabella Borges,  na última semana quinzena de junho, no auditório central da Universidade. No encontro foram abordados a experiência da advogada, o código penal e a estrutura patriarcal no país em relação ao assédio sexual contra a mulher no ambiente de trabalho e na universidade.

Segundo Izabella Borges, o assédio sexual vai além da ação prática em si, ou seja, parte também de palavras. “Quem acha que quando o chefe te chama de bonita é normal? Apesar de ser naturalizado, é uma prática de assédio […]. Comentários sobre a roupa e corpo podem ser assédio?”, indagou a advogada durante a palestra com os estudantes. A advogada reforça que, em casos como esses, deve-se procurar o suporte de um profissional ou, se for dentro da instituição, saber quais os canais disponíveis para denúncias.

Até o momento, perante o código penal, o assédio sexual não é algo explícito. No caso, a advogada  ressalta que verbalizar o conceito no dia a dia é essencial. 

“A maior dificuldade é ter um direito pensado por homens para homens, mas direcionado para a mulher […]. O homem não sabe o que é ser mulher. Nós somos o tempo todo erotizadas […]. É preciso mudar esse paradigma para que o direito consiga atuar em sua plenitude”, disse aos alunos.

O evento contou com uma mesa redonda de perguntas e respostas com os estudantes do campus. Foram levantadas questões sobre  o consentimento e cultura do estupro no Brasil. De acordo com a advogada, o silêncio não é consentimento. “Consentimento é uma manifestação inequívoca, livre e consciente”, afirmou ao público.

A palestra foi mediada pela professora Clarissa Motter e contou com o apoio dos professores Leandro Bessa, Kelly Quirino e Vânia Balbino de Souza.

Por Agência de Comunicação e Jornalismo Olfato 

Publicado por Lauana Damacena
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