Para Rodrigo Penna, primeiro é preciso entender o que é o desarmamento e todo o processo socioeconômico que ele envolve. ”Nada acontece por causa de um simples desarmamento. Existem processos políticos; é preciso saber o que o país quer; o que seu povo deseja; qual a tecnologia e a economia do país; e até sua cultura. Não é um processo simples”, afirmou.
O segundo palestrante da manhã, Rômulo Dantas, despertou bastante interesse como membro de alto escalão da Agência de Inteligência Brasileira. Sua preocupação foi a de explicar a posição do governo e classificar o quê e quem é terrorista. “O terrorismo é algo subjetivo. E um fenômeno sociológico que se precisa entender. Entretanto, para o governo brasileiro e, conseqüentemente, para nós, nada justifica o terrorismo. Para nós e para a ONU, terroristas são somente a Al Qaeda e o Taleban. Os outros, inclusive as Farc, não são”, disse Dantas.
Baseando-se em dados, ele disse que o terrorista, hoje, tem em média 25 anos, trabalha, e sua base escolar influencia mais do que a base religiosa no processo. ”O nosso trabalho é pensar fora do senso comum”, explicou.
Perguntado sobre a relação entre ficção e a realidade retratada em filmes sobre agências de inteligência, Dantas adiantou: ”Já nos procuraram e vai sair um filme sobre um de nossos casos, fiquem atentos”.
Por George Magalhães