No dia 14 de maio, o curso de Medicina Veterinária da Universidade Católica de Brasília recebeu o médico veterinário Dr. Josélio Andrade Moura, presidente da Academina Brasileira de Medicina Veterinária (ABRAMVET), para um encontro com estudantes da graduação. A visita integrou a programação do curso, que tem apostado em atividades práticas, incentivo à pesquisa e parcerias estratégicas como diferenciais para a formação dos futuros profissionais.
Josélio conversou com os alunos sobre os desafios e possibilidades do mercado de trabalho. Ele destacou a importância de uma preparação constante e da busca por excelência. “Eles têm que se preparar. Preparar significa estudar para valer. E associar o conhecimento à prática e à autoconfiança. O mundo mudou, e os clientes hoje são muito mais exigentes”, afirmou.
Para ele, o diploma deve ser apenas o começo. “Entrou na universidade, pensa que saiu e está com o diploma na mão, acabou? Não. Aí é que começam os estudos”, alertou, incentivando a continuidade dos estudos por meio de especializações, mestrado e doutorado. Ao ser questionado sobre áreas promissoras, ele destacou a aquicultura como um campo em crescimento e carente de profissionais especializados. “A criação de peixes é uma realidade no Brasil e exige o controle sanitário que só o médico veterinário pode oferecer”, explicou.
A troca com os estudantes também teve um valor pessoal para o convidado. “Esse contato com a juventude é um alimento espiritual. A força da juventude é essa força telúrica que move o mundo”, refletiu.
Curso jovem, nota alta
Criado em 2019, o curso de Medicina Veterinária da Católica formou sua primeira turma recentemente e já coleciona reconhecimentos: recebeu nota 4 no ENADE e foi oficialmente reconhecido pelo MEC em 2023. Para o professor e coordenador do curso, José Roberto Pinho, os diferenciais da formação vão além da nota. “O aluno tem acesso ao que se espera de uma boa graduação, com sólida formação clínica e cirúrgica em pequenos animais, mas também encontra aqui oportunidades únicas”, afirmou.
Entre essas oportunidades está a disciplina de animais silvestres — rara nos cursos de veterinária do país — e o atendimento a pets não convencionais na clínica-escola Católica VET. Além disso, o curso acaba de implementar a Clínica de Grandes Animais, que atenderá bovinos e equinos em uma estrutura recém-finalizada. “Estamos em fase de contratação e parcerias com profissionais do mercado para que essa clínica funcione de forma sustentável, atendendo uma demanda crescente na região de Brasília”, explicou o coordenador.
Outra inovação é a reformulação do estágio supervisionado. Antes concentrado no último semestre, o estágio foi dividido em duas etapas, começando no nono semestre. “Funciona como um internato, como na medicina. O aluno passa por seis grandes áreas da veterinária, com atividades no campus e em instituições parceiras”, disse o professor. As áreas incluem clínica e cirurgia de pequenos animais, grandes animais, laboratório clínico, reprodução, equinos e inspeção de alimentos de origem animal.
A UCB também tem ampliado a participação dos alunos em pesquisa. “Conseguimos triplicar o número de alunos na iniciação científica. E estamos avançando em uma área absolutamente nova e relevante: a saúde única, que conecta saúde animal, humana e ambiental”, contou. Já há previsão de abertura de uma pós-graduação lato sensu na área, além de um projeto submetido ao CNPq para instalação de um laboratório de saúde única no campus.
A Católica também fortalece a conexão com o mercado e com instituições internacionais. Parcerias com fazendas, organizações e hospitais — incluindo unidades em Portugal — possibilitam experiências práticas aos alunos dentro e fora do Brasil.
Para os veteranos e calouros da Medicina Veterinária, as oportunidades são muitas. Mas o conselho do Dr. Josélio é direto: “Use o seu diploma como uma prancha de surfe. Pegue a onda, mas tenha os conhecimentos adequados para se manter nela.”