Paulo Maurício Siqueira, e Roberta de Queiroz, ambos formados em Direito na Universidade Católica de Brasília (UCB), venceram a eleição para presidência da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF) para o triênio 2025-2027. Paulo, conhecido como Poli, contribuiu para a estruturação do curso enquanto era estudante. Roberta, além da graduação, fez mestrado e foi professora na UCB de 2006 a 2018. Com a vitória, os advogados abrem diálogo com a Católica para parcerias em benefício tanto os estudantes do curso, quanto a advocacia brasiliense como um todo, e a comunidade do Distrito Federal.
Poli se diz nostálgico quando volta ao campus onde estudou até 2002. Ele foi da primeira turma de Direito a se formar na UCB. Ao olhar em volta para admirar a arquitetura do bloco M, relembra de quando o prédio foi inaugurado, há 24 anos, das primeiras aulas, dos colegas e dos professores. O advogado foi um dos fundadores do Centro Acadêmico de Direito, organização estudantil fundamental para a organização, mobilização e defesa dos interesses acadêmicos, sociais e políticos dos estudantes.
Uma das atividades que mais o orgulham é ter participado da promoção de eventos acadêmicos. “Fizemos a primeira Semana Jurídica da Católica. Trouxemos ministros do Supremo (Tribunal Federal), professores de São Paulo. Quando nós trouxemos o ministro Moreira Alves, que era o decano do Supremo, aqui na Católica, ninguém acreditou!”. O evento perdura, na forma de ciclos de palestras semestrais. É algo que o presidente da OAB-DF considera um legado de sua passagem pela UCB.
Roberta, a vice-presidente, não queria ser advogada. Tornou-se por imposição do pai. “Eu falei, ‘quero ser professora igual à minha mãe’. Ele falou ‘você vai ser advogada igual ao seu pai’”, recorda aos risos. Assim que terminou a graduação, em 2005, Roberta passou na prova da Ordem. Com a carteirinha de advogada na mão, resolveu voltar ao plano inicial, de dar aulas, e voltou à UCB “para pedir emprego”. Ela foi contratada como professora do curso que acabara de concluir, cargo que ocupou por 12 anos.
Logo no início, foi designada orientadora do Núcleo de Prática Jurídica (NPJ), espaço onde estudantes de Direito atuam em casos reais de pessoas de baixa renda. Foi onde aprendeu a advogar na prática, porque as causas, das mais variadas e com diferentes graus de complexidade, a instigavam mais do que qualquer escritório. O fato de ser a professora responsável por orientar os estudantes no atendimento aumentava o desafio. “As minhas duas profissões foram, digamos, acreditadas pela Católica, porque eu comecei a advocacia aqui. A primeira vez que eu dei aula da minha vida também foi aqui”. Dessa forma, conseguiu realizar os sonhos dela e do pai. Sem conflitos.
Parceria com a Católica
Uma das bandeiras da chapa vencedora na eleição para a OAB-DF é a formação complementar para advogados. A nova presidência pretende, com a ajuda da UCB, aprimorar a capacidade tanto dos jovens advogados, recém-ordenados, quanto dos profissionais com mais tempo de carreira que buscam se especializar.
A OAB-DF, por meio da Escola Superior de Advocacia (ESA), criou um programa de residência jurídica. Consiste em encaminhar novos advogados para escritórios, a fim adquirirem experiência profissional. Na UCB, esses advogados atenderão à comunidade no Núcleo de Práticas Jurídicas. O diferencial é que, paralelamente à prática, eles terão uma carga horária formativa que compõe um curso de pós-graduação lato sensu. Assim, ao final do programa, sairão com o título de especialistas. A universidade também firmou um convênio com a Ordem para concessão de descontos para o Mestrado em Direito.
Para Roberta de Queiroz, “não tem como dissociar o bom advogado, a boa advogada, da formação continuada, da preocupação com a técnica e o estudo, que devem ser sempre presentes na vida das pessoas”. Paulo Maurício Siqueira completa que “a Católica vai ser um piloto de trabalho, para levar o corpo acadêmico para dentro da advocacia para que (jovens advogados) já saiam preparados para essa profissão que é tão bonita.