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Padre Tininho, o que representa a Jornada Mundial da Juventude no Brasil, neste momento em que o próprio Papa se apresenta para sociedade? Vai ser o primeiro grande evento, a primeira grande participação dele enquanto novo Papa da Igreja Católica.
Pe. Tininho: Penso que a importância desse evento é a aproximação com a juventude. Pois, essa igreja que precisa se apresentar ao mundo, se apresenta como uma igreja jovem. O Papa é um homem de idade, mas é um homem de muita vitalidade, e convida todas as pessoas, que fazem parte dessa igreja, a terem essa vitalidade. E isso é o evangelho, o evangelho é sempre vivo, na vida das pessoas. E a juventude indo para o Rio de Janeiro irá se fortalecer e também buscar ter uma visão mais comprometida com a realidade, com o mundo e com si mesmo. O Papa encarna todo esse anseio de uma Igreja mais povo, ele mesmo diz, que os bispos, os padres precisam ter o cheiro do povo, e quando ele se aproxima do povo, não usa carro blindado, busca ter o contato com as pessoas doentes, com jovens infratores… por meio desses gestos ele vai sinalizando como quer que essa igreja atue a partir do seu papado, do seu ministério petrino.
Receber o líder da Igreja Católica aqui, no Brasil, com todo esse momento que antecedeu a jornada, você acha que vai ter uma significação ainda maior? Ele vai falar, não só voltado para os jovens, mas para esse momento que o Brasil está vivendo?
Pe. Tininho: Sim. Ele vai falar aos políticos presentes na Jornada, desde a Presidenta da República, aos demais presidentes do continente. Vai falar aos ministros, governadores, prefeitos, deputados, senadores, enfim, e também vai falar à juventude que está se manifestando nas ruas. O Papa Francisco vê essas manifestações como ação do próprio evangelho. É a transformação social que a juventude precisa assumir. Essa jornada é a Jornada Mundial, ele não vai falar apenas para a juventude brasileira, não fala só para o Brasil, mas para todas as pessoas nos quatro cantos do mundo, que irão receber a sua mensagem. E iremos ver futuramente o que vai acontecer a partir daí com a juventude, com a questão política, com os poderosos de terra, porque, ele está chamando a responsabilidade para que nós possamos construir uma nova sociedade, uma sociedade que não priorize o dinheiro, mas priorize o ser humano, o mais fraco, o mais pobre, aquele que não tem valor nenhum para sociedade, é nesse que ele olha. E observe que ele não fala de uma igreja pobre, ele não fala de uma igreja que vai falar para os pobres, mas sim da igreja que é pobre e vai falar para os pobres. Ele vai ser alguém que experimenta a vida e o sofrimento dos pobres, para anunciar esse evangelho.
Você participará da Missa com o Papa Francisco no Santuário de Aparecida como Sacerdote e representante da Universidade Católica de Brasília. Eu gostaria que você falasse o que você espera desse momento e o que você espera da JMJ?
Pe. Tininho: Eu espero que a juventude olhando para o Papa reflita sua vida, reflita sua vida comunitária, sua vida pessoal. Eu não estarei no Rio, mas vou estar na Visita ao Santuário Nacional de Aparecida concelebrando com o Papa. Estar no Santuário foi um pedido pessoal para esse período de visita ao Brasil, de 22 a 28. Ele é devoto de Nossa Senhora e pediu esse momento como Romeiro no Santuário de Aparecida. E nessa visita ele irá celebrar uma missa, dia 24/07, às 10h30, e eu estarei presente nesse momento e, além disso, participaremos de longe pelos meios de comunicação, acompanharemos todos os gestos, tudo o que ele fala. Para nós, brasileiros, é um gesto muito bonito da parte dele aceitar vir ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, a primeira visita internacional que vem como um gesto muito carinhoso para com a nação brasileira, a maior nação católica do mundo. E é nesse gesto que ele chama atenção de novo para aquilo que ele deseja dessa nova Igreja, que se nasce com o seu Papado.