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Reitor da UCB e Arcebispo de Brasília participam do encontro de formação com a comunidade católica da Capital Federal
Olhar a vida de um jeito mais atento, com ternura e zelo, sensibilizando-se com o sofrimento e a dor alheia, a ponto de se sentir motivado a agir, a tomar posição, principalmente em situações onde a vida é, de alguma forma, agredida. Assim como fez o samaritano, aquele da parábola de Jesus. Esta foi a mensagem enfatizada, ao longo da manhã deste sábado, 29 de fevereiro, aos participantes do Encontro de Formação da Campanha da Fraternidade, que aconteceu na Universidade Católica de Brasília (UCB), no Câmpus Taguatinga.
O evento reuniu o secretário-executivo para a Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Pe. Patrik Samuel Batista; Oncologista do Hospital da Criança de Brasília, Dr.ª Estefânia Rodrigues Biojane; a representante da Obra Social Santa Izabel, Irmã Maria Tereza Diniz, e o Vigário-Geral da Arquidiocese de Brasília, Pe. Jeová Elias Ferreira, além do Reitor da Universidade Católica, Prof. Dr. Ricardo Calegari, e o arcebispo de Brasília, Dom Sergio da Rocha, que abriram o evento e fizeram uma breve acolhida aos presentes. Compareceram também os bispos auxiliares de Brasília, Dom José Aparecido Gonçalves e Dom Marcony Vinícius Ferreira, bem como diversos padres, diáconos e religiosos de Arquidiocese.
Abrindo as atividades, o Magnífico Reitor Ricardo Calegari cumprimentou a todos e expressou a satisfação pela Universidade em sediar, por mais um ano, o Encontro de Formação da Campanha da Fraternidade.
“Abrir a Universidade Católica para se discutir temas de valores cristãos nos deixa muito felizes, essa que é uma casa de Deus. E a campanha deste ano busca conscientizar, à luz da palavra de Deus, o sentido da vida com o tema ‘Fraternidade e vida: Dom e compromisso’, que se traduz em relação de mútuo cuidado entre as pessoas, na família, na comunidade, na sociedade e em nosso planeta” disse.
Dando prosseguimento ao discurso, o reitor afirmou que a temática deste ano motiva os cristãos a colocar a insensibilidade de lado, na tentativa de alcançar um mundo melhor. E revelou como a instituição contribui com a Campanha.
“Com base no testemunho de Santa Dulce do Pobres, a campanha deste ano propõe um convite para superar a indiferença em busca do bem coletivo. E esta universidade está comprometida com os valores cristão. E a nossa missão é transformar a pessoa e a sociedade por meio da produção e a gestão do conhecimento. Esta é a nossa contribuição”, disse o reitor da UCB. os.
Com a palavra, Dom Sergio da Rocha agradeceu a acolhida ao reitor e a todas as pessoas que estavam ali, no auditório, para discutir e aprofundar os conhecimentos acerca da campanha. Aproveitando a ocasião, o arcebispo explicou que, por falta de calendário, o evento não foi realizado antes do início da Quaresma, como acontece de costume, motivando a vivência do período Quaresmal.
No momento seguinte, o arcebispo esclareceu como é feita a escolha da temática da empreitada e, resumidamente, falou sobre a finalidade deste encontro de formação.
“A temática da Campanha da Fraternidade é sempre muito atual. Quando a CNBB decide o tema da Campanha, não é o bispo que escolheu por conta própria. Nós, na verdade, recebemos sugestões, propostas que podem vir da Igreja ou da sociedade civil, de toda pare do país. Então quando é escolhido tema, nós estamos expressando uma necessidade sentida pela nossa gente, nossa Igreja. E é claro que a temática deste ano, certamente, todos nós que estamos aqui já estamos convencidos da sua importância, da sua atualidade, da sua urgência. Esta é apenas uma oportunidade para conhecermos melhor a proposta, para pensar juntos como agir, o que fazer para tornar concreta esta campanha, para que ela seja expressa em gesto concreta, em caráter pessoal, comunitário, social”, falou Dom Sergio.
Dando início às palestras formativas, o secretário executivo para a Campanha da Fraternidade, Pe. Patrik Samuel apresentou o Texto Base da Campanha da Fraternidade. Elaborado sob o método “ver”, “julgar” e “agir”, o livreto esmiuçou o lema da campanha, que tem como base a parábola do Bom Samaritano, citada unicamente no livro do Evangelista Lucas, capítulo 10, versículos 30 a 37.
“Na parábola, ao ser questionado por um doutor sobre o que fazer para alcançar a eternidade, Jesus respondeu contando uma história. De acordo com Jesus, um homem ao se deslocar de Jerusalém a Jericó, foi capturado por homens que o roubaram, espancaram-no e o deixaram na beira da rua, bastante debilitado para morrer. Por ele, passou um sacerdote e um levita, e nada fizeram. Mas um samaritano, ao passar pelo homem caído, teve compaixão, aproximou-se e cuidou dele. O socorro veio justamente de um samaritano, visto como um inimigo, um ser impuro. Desprezado por ser um povo oriundo da mistura entre israelitas e estrangeiros. Os judeus não podiam se relacionar com os samaritanos. Se fossem tocados, o mínimo que fosse, teriam que passar por um ritual de purificação”, disse o Pe. Patrik.
Segundo o coordenador executivo para a CF, com a parábola, Jesus deixa o incentivo que devemos ter compaixão com o próximo, devemos nos compadecer com a dor alheia. Não podemos achar natural a morte, a dor, a violência. Temos que ser caridosos, ajudar, proteger, zelar, ainda mais no cenário atual em que vivemos, onde a vida sofre ameaças de todas as formas.
Para fechar a primeira parte do encontro, a Oncologista Pediatra do Hospital da Criança de Brasília José Alencar, HCB, Dra. Estefânia Rodrigues Biojane, foi convidada a dar o testemunho sobre como transformar dor em amor.
A médica relatou ações realizadas pela unidade hospitalar para amenizar a dor e o sofrimento de crianças e familiares que sofrem com o câncer, como o uso de fantasias, danças, decoração, conversas e acompanhamentos de voluntários, entre eles, amigos do leito e doutores do riso.
“O nosso trabalho não se resume à cura, à medicação. O nosso trabalho está muito além da medicina”, assegurou.
Logo após o intervalo, teve início a segunda rodada de palestras formativas. Agora foi a vez do Frei Rogério Soares de Almeida Silveira tratar sobre acolhimento a jovens com vulnerabilidade social e dependência química. O padre compartilhou experiências das pastorais sociais existente na paróquia dele, Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, na L2 Sul. Para completar, o padre falou sobre um projeto que está se concretizando, as obras do Recanto Mercês, uma área de acolhimento de Jovens, localizada em Alexânia.
O próximo a ministrar a formação foi o Vigário-Geral da Arquidiocese, Pe. Jeová Elias, que falou da importância de combater a indiferença nas relações humanas no cotidiano.
E para finalizar a formação, a Irmã Maria Tereza Dinis, da Obra Social Santa Izabel, deu o testemunho para inserção e convivência das pessoas idosas na comunidade.