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Carlos Eduardo Santos, de 21 anos, acabou de se formar em Relações Internacionais (RI) na Universidade Católica de Brasília (UCB) e agora parte para um importante desafio na construção da carreira. Ele foi aprovado para o mestrado em Economia e Gestão Agrícola na CAU, sigla em inglês para China Agricultural University (Universidade Agrícola da China), considerada a segunda melhor instituição da área do mundo. O curso terá duração de dois anos, com aulas ministradas em inglês. Paralelamente, Santos vai estudar mandarim, um dos idiomas oficiais do país.
Santos pretende estudar a importância da economia circular para a produção agrícola brasileira no século XXI. “A gente desperdiça realmente uma parte muito grande da nossa produção. Por exemplo, quando a gente vai transportar cargas de soja, só o transporte da fazenda até o porto, se perde 20% dos grãos, porque vai caindo caminhão”, explica. O estudo abordará formas de reduzir essas perdas, além de reutilizar restos alimentos e insumos agrícolas, que hoje viram lixo, na própria cadeia produtiva da agricultura, com possibilidade de aumentar a produtividade e o potencial de exportação.
O processo seletivo é rigoroso, até porque pessoas do mundo inteiro concorrem às vagas no programa de mestrado internacional da CAU. Santos precisou reunir vasta documentação para comprovar que tem capacidade de ser um bom pesquisador. Foi preciso preparar carta de intenção, conseguir cartas de apresentação, escrever plano de pesquisa e apresentar artigo de pesquisa. “Tive de traduzir o meu TCC inteiro e, depois de tudo, participar de uma entrevista”.
Muito da maturidade evidente no jovem de 21 anos vem da vivência universitária, e ele faz questão de destacar isso. “Você sempre vai criando network. Acho que o principal, realmente, para eu ter conseguido (a vaga no mestrado) foi por conta de network. Com a professora Camilla (do curso de RI), com o coordenador de Agronomia, o professor Ruy, que me recomendou aplicar para essa vaga por conta do meu TCC”, reconhece.
Ele aproveitou muitas das oportunidades oferecidas pela Católica. Foi diretor de gestão de pessoas na Conex, empresa júnior de consultoria em negócios exteriores do curso de RI; atuou ativamente no Núcleo Central de Idiomas e Cultura (NUCIC); foi vice-secretário-geral do centro acadêmico (CARIC). Além de tudo isso, foi atleta de handball, tênis de mesa e futsal pela Associação Atlética Dinastia. “Eu acho que faz toda diferença adquirir experiências aqui dentro, com atividades extracurriculares”.
Um senso comum sobre a graduação em Relações Internacionais é que ele forma diplomatas. No entanto, essa é apenas uma das possibilidades de carreira. O coordenador do curso, prof. Gustavo Menon, explica que “o profissional internacionalista possui habilidades para tomada de decisão e capacidade de negociação apurados”, o que representa um grande diferencial em relação a outras áreas de formação. Sendo assim, ele se torna um profissional versátil e competente.
O caráter generalista do curso de Relações Internacionais amplia as possibilidades no mercado de trabalho. É possível atuar no comércio exterior, no poder público, em organizações não governamentais e privadas, em áreas de internacionalização, além de muitas outras frentes.
Carlos Eduardo Santos mesmo, fugiu do clichê. Ele comenta que ao longo do curso “você vai se identificando mais com um ou outro caminho, tem gente que vai para os direitos humanos, eu fui para o agro. Até a minha avó falou ‘nossa, sonhei com você sendo diplomata’. Eu falei, ‘vó, não quero isso não’”, relembra aos risos.